Imagine que o número de pessoas que você já comeu, beijou e pegou em geral seja X e que o número de amigos verdadeiros que você tem no mundo seja Y.
Quando a gente é adolescente, Y é infinitamente maior do que X. Até que rola a primeira pegação, e então vamos contar aos nossos inúmeros, incontáveis amigos, todos os detalhes mentirosos do evento.
Paulatinamente, ao longo dos anos, X tende a aumentar, à medida em que conhecemos novas pessoas, entramos e saímos de relacionamentos, e nos permitimos amar e sermos amados. Enquanto isso, Y, afetado pelos mais diversos fatores, começa a cair.
Em certo ponto, os números se equivalem. Você já pegou tanta gente e seu círculo de amizades encolheu tanto que o placar fica empatado.
A partir desse momento, você pode se considerar um adulto.
Suas lembranças de relacionamentos anteriores vão ficando cada vez mais vagas e distantes. Aquele beijo perfeito, aquela transa inesquecível, aquela pessoa querida que desapareceu e você nem sabe direito por que. Chega o casamento, vêm os filhos, e você se vê, subitamente, nesse outro lugar, onde as aventuras amorosas são apenas estranhas recordações.
Enquanto isso, seus amigos vão diminuindo em quantidade. Eles vão morar fora, morrem, ou apenas desaparecem na vida. O tempo fica curto, mal sobra uns minutos para ficar com a família, e os programas dos amigos vão ficando em segundo plano. A gente se contenta com aquela cervejinha com o pessoal do escritório no happy hour de sexta-feira e depois só quer saber de dormir e brincar com a garotada.
É claro que essa regra não é uma lei universal, e várias pessoas que se consideram a exceção dela irão se pronunciar. Mas é só uma coisinha que eu pensei hoje.
Um jeito bem estranho de beber...
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Ao longo da minha vida eu já vi muitas pessoas esquisitas bebendo coisas
estranhas de maneiras bastante inusitadas.
Agora, isso aqui... Isso aqui eu nunca ...
2 comentários:
Poisé. Um nerd perdedor como eu, desprezado por todos e que não tem amigos (Y=0), no momento que conseguiu pegar uma única mulher, PÁ! X=1 && X>0, virou adulto!... ;)
me deu uma deprezinha pensar nessa conformidade... e não sei se rejeitar isso é uma coisa boa ou ruim...
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