23 de março de 2009

Civilization

22 de março de 2009

A evolução da humanidade!


E la nave va...

Meu Epitáfio

Aqui jaz

Daniel Poeira

Ele morreu como sempre viveu:

de repente.

19 de março de 2009

Deteriorata 2

A Sara e o Barbi comentaram no post sobre o Desiderata lembrando daquele famoso texto "Wear Sunscreen". Os dois textos são mesmo bem parecidos: ambos tiveram suas fontes originais mascaradas por lendas urbanas (Desiderata como sendo um texto encontrado em uma igreja, e Wear Sunscreen foi atribuído ao Kurt Vonnegut); e ambos foram gravados por um narrador com música de fundo. A música "Wear Sunscreen" foi produzida pelo cineasta australiano Baz Luhrmann, que ainda fez um video-clipe tão barango quanto toda a obra dele (e obviamente também foi um sucesso danado). Pois bem - a outra coisa que esses dois textos têm em comum é que "Wear Sunscreen" também teve o seu "Deteriorata": Chris Rock, um dos últimos bons "comediantes" dos EUA, escreveu uma versão chamada "There is no sex in the champagne room". A seguir, alguns trechos selecionados e traduzidos por mim:

"Senhoras a senhores da turma de 1999, eu tenho alguns conselhos (...) Não entre em festas que têm detetor de metal na porta (...) Se um mendigo carrega um cartaz engraçado, é porque não é mendigo a tempo suficiente. Um mendigo de verdade teria fome demais para fazer piadas (...) Se uma garota tiver uma piercing na língua, provavelmente ela vai querer chupar seu pau. Se um cara tiver um piercing na língua, também (...) Aqui está o horóscopo de todo mundo... Aquário: você vai morrer. Capricórnio: você vai morrer. (...)"

16 de março de 2009

Para que serve a arte?

"The role of the artist is to allow people to experience life yet unlived. This is the most significant thing we can get from art."

- Yuri Norstein

15 de março de 2009

Túnel de Realidade (Reality Tunnel)

"Reality tunnel" é um termo cunhado por Timothy Leary e popularizado por Robert Anton Wilson.

A teoria diz que, com um conjunto de filtros mentais inconscientes formados por suas crenças e experiências pessoais, casa indivíduo interpreta o mesmo mundo de maneira diferente. Logo, "a Verdade está no olho do observador".

Isso não necessariamente implica que não existe verdade objetiva; apenas que nosso acesso a ela é mediado por nossos sentidos, experiências, condicionamento, crenças prévias, e outros fatores não-objetivos. O mundo individual que cada pessoa ocupa é chamado de seu túnel de realidade. O termo também pode ser aplicado a grupos de pessoas unidos por uma mesma crença: podemos falar no túnel de realidade dos cristãos fundamentalistas, no túnel de realidade dos materialistas científicos, etc.

Um paralelo pode ser encontrado no conceito psicológico de confirmation bias - nossa tendência a notar e associar significância a observações que confirmem nossas crenças, enquanto filtramos observações que não se encaixam nelas. Isso ajuda a explicar por que o túnel de realidade é transparente para quem está dentro dele. (...)

From Wikipedia, the free encyclopedia

10 de março de 2009

Ozymandias

Conheci um viajante de uma antiga terra
Que me disse: Duas grandes pernas de pedra
Jazem no deserto. Perto delas, na areia,
Metade afundado, jaz um rosto despedaçado, cuja carranca
E lábio enrugado e olhar arrogante de frio comando
Mostram que seu escultor leu bem essas paixões
Que ainda sobrevivem, estampadas nessas coisas sem vida,
A mão que os desprezava e o coração que alimentava.

E no pedestal estas palavras surgem:

"Meu nome é Ozymandias, Rei dos Reis:
Observem meus trabalhos, oh poderosos, e desesperem-se! "

Nada ali perto existe: em volta dos destroços

daquela ruína colossal, ilimitada e nua,
A solitária e nivelada areia se estende por muito longe.

tradução: Daniel Poeira

2 de março de 2009

Deteriorata

"Desiderata" é um poema de 1927, escrito por Max Ehrmann e que fez muito sucesso nos Estados Unidos. Fez tanto sucesso que começaram a circular o texto sem o nome do autor, dizendo ser um texto encontrado na catedral de São Paulo em Baltimore. Obviamente era mentira, apenas mais uma das inúmeras que as pessoas inventam todos os dias para tentar criar sentido no que não tem e nem deveria ter.

É um daqueles poemas meio auto-ajuda, entediantemente neutros e cheio de insights "inovadores" como "não importa o que aconteça, seja feliz". O tipo da coisa que as senhoras brancas de meia idade gostam de ler enquanto tomam o chá da tarde e suspiram pensando na vida maravilhosa que vão ter quando morrerem e forem para o céu. Ou tentando se lembrar de qual foi a última vez em que viram um membro entumescido - para usar uma expressão típica da Barbara Cartland, outra campeã de audiência, ou melhor, de leituras dessa casta.

Pois bem. Em 1972 o escritor Tony Hendra, do National Lampoon, escreveu uma versão atualizada do poema, chamada "Deteriorata", revisando os conceitos filosóficos totalmente alienantes e poliânicos do poema original. Reproduzo aqui apenas alguns trechos, e a conclusão do poema, que achei brilhante e inspiradora:

"Você é um evento aleatório do universo. Você não tem o direito de estar aqui. (...) Seja confortado pelo fato de que apesar de toda a aridez e desilusões da vida, apesar das mudanças bruscas nas marés do destino, sempre existe um futuro promissor no setor de manutenção de computadores. (...) Não importa se você está ouvindo ou não, mas o universo está sempre rindo pelas suas costas. (...) Conhece-te a ti mesmo. Se precisar de ajuda, chame o FBI. (...) Esteja seguro do fato de que um passeio pelos oceanos das almas da maioria das pessoas mal conseguiria umedecer as solas dos seus pés. (...) Mesmo com todas as suas esperanças, sonhos, promessas, e revitalizações urbanas, o mundo continua se deteriorando. DESISTA!!"