18 de dezembro de 2008

Feliz Aniversário PKD

Hoje o Phillip K Dick completaria 80 anos de idade.

O que dizer sobre ele? Não sei.

Só sei que eu não gosto de "Blade Runner". Acho que isso explica muito sobre minha relação com a obra dele.

15 de dezembro de 2008

Quando a alma não é pequena



11 de dezembro de 2008

Tópicos Superficiais

"Estranho espetáculo da vida humana, onde há um esforço instintivo de todas as pessoas para esconder essas tristes realidades sob uma pilha de assuntos superficiais que constituem os fundamentos do contato entre as pessoas!"

- Nathaniel Hawthorne

9 de dezembro de 2008

O Medo

A COMPADECIDA
É verdade que não eram dos melhores, mas você precisa levar em conta a língua do mundo e o modo de acusar do diabo. O bispo trabalhava e por isso era chamado de político e de mero administrador. Já com esses dois a acusação é pelo outro lado. É verdade que eles praticaram atos vergonhosos, mas é preciso levar em conta a pobre e triste condição do homem. A carne implica todas essas coisas turvas e mesquinhas. Quase tudo o que eles faziam era por medo. Eu conheço isso, porque convivi com os homens: começam com medo, coitados, e terminam por fazer o que não presta, quase sem querer. É medo.

ENCOURADO
Medo? Medo de quê?

BISPO
Ah, senhor, de muitas coisas. Medo da morte...

PADRE
Medo do sofrimento...

SACRISTÃO
Medo da fome...

PADEIRO
Medo da solidão. Perdoei minha mulher na hora da morte, porque a amava e porque sempre tive um medo terrível da solidão.

6 de dezembro de 2008

Equação para a vida adulta

Imagine que o número de pessoas que você já comeu, beijou e pegou em geral seja X e que o número de amigos verdadeiros que você tem no mundo seja Y.

Quando a gente é adolescente, Y é infinitamente maior do que X. Até que rola a primeira pegação, e então vamos contar aos nossos inúmeros, incontáveis amigos, todos os detalhes mentirosos do evento.

Paulatinamente, ao longo dos anos, X tende a aumentar, à medida em que conhecemos novas pessoas, entramos e saímos de relacionamentos, e nos permitimos amar e sermos amados. Enquanto isso, Y, afetado pelos mais diversos fatores, começa a cair.

Em certo ponto, os números se equivalem. Você já pegou tanta gente e seu círculo de amizades encolheu tanto que o placar fica empatado.

A partir desse momento, você pode se considerar um adulto.

Suas lembranças de relacionamentos anteriores vão ficando cada vez mais vagas e distantes. Aquele beijo perfeito, aquela transa inesquecível, aquela pessoa querida que desapareceu e você nem sabe direito por que. Chega o casamento, vêm os filhos, e você se vê, subitamente, nesse outro lugar, onde as aventuras amorosas são apenas estranhas recordações.

Enquanto isso, seus amigos vão diminuindo em quantidade. Eles vão morar fora, morrem, ou apenas desaparecem na vida. O tempo fica curto, mal sobra uns minutos para ficar com a família, e os programas dos amigos vão ficando em segundo plano. A gente se contenta com aquela cervejinha com o pessoal do escritório no happy hour de sexta-feira e depois só quer saber de dormir e brincar com a garotada.

É claro que essa regra não é uma lei universal, e várias pessoas que se consideram a exceção dela irão se pronunciar. Mas é só uma coisinha que eu pensei hoje.